domingo, 26 de abril de 2015

Série: Ciclo da Herança


Quando li os 3 primeiros livros - se bem me lembro em 2009 - eu ensaiei muitas vezes postar sobre a série aqui, mas não conseguia. Creio que hoje minha percepção das minhas leituras melhorou muito e, além do mais, foi bom não ter feito uma resenha na época pois faltava o 4º livro de desfecho: Herança.

É difícil falar sobre minhas impressões sem soltar spoilers, mas sinalizarei todos ele!

Quando estava me aproximando do fim de Brisingr, na primeira leitura, fiquei muito decepcionada ao perceber que não era o final... Ainda teríamos que esperar um novo livro. Minha decepção foi porque eu o comprei como Trilogia da Herança (que depois Christopher renomeou para Ciclo da Herança) e também porque eu estava ansiosa demais pra saber o desfecho. E olha que ironia: agora que acabou fica aquela sensação de tristeza, de vazio... como sempre acontece com séries que acompanhamos anos a fio... mas não acontece com aquelas que lemos de uma vez só ou em um curto espaço de tempo.

Segundo a data de uma carta de Christopher no próprio livro, Herança foi publicado em 2011 (e eu me lembro de um vídeo - veja abaixo, desculpe está sem legenda - que ele publicou na internet mostrando o momento que ele foi levar o original - uma pilha enorme - pra editora), mas não sei exatamente quando a Rocco disponibilizou a tradução. Sei que comprei pouco tempo depois do lançamento, pois Herança está na minha estante há muito, muito tempo... Eu ainda não o tinha lido porque com mais de 2 anos depois que li o início pela primeira vez minha memória precisaria ser refrescada: ou seja, eu precisaria reler tudo pra lembrar do detalhes importantes... Eldest e Brisingr são enormes e eu tinha livros demais na fila. Assim, adiei até a minha ansiedade explodir, rs... E finalmente tive coragem de recomeçar a série este mês. Li surpreendentemente rápido. Os 3 primeiros por já conhecer a história, embora algumas coisas tenham voltado a me surpreender. Já Herança, a ansiedade no limite me fez avançar!


A ansiedade não foi apenas porque eu precisava desesperadamente saber o que aconteceria com Eragon, Saphira, Arya, Murtagh e Thorn.... Era também porque alguns amigos que leram o livro antes de mim disseram-se profundamente decepcionados e eu esperava, de todo o coração, que não fosse tão ruim assim! E, pra mim, não foi...


Mas, comecemos do início.

Se você nunca leu a série, talvez você precise de um aviso. Eragon "veio ao mundo" já rodeado de preconceitos. Muita gente que lê o primeiro desiste de continuar. Por favor, não faça isso! Eragon é, de longe, o mais fraco. Fraquinho mesmo, mesmo... A frase de início é muito boba, soa até amadorística. E era, pois o autor começou a escrever com apenas 15 anos (praticamente a mesma idade do personagem). Ao longo do texto do próprio Eragon (primeiro livro), percebe-se que Christopher melhora até o final... mas ainda é fraco. 

Eldest já melhora pelo menos 50 %. Brisingr e Herança, são excelentes!

Outro problema com o qual Ciclo da Herança sofreu foram as comparações e até acusações de plágio. Esse é também um dos motivos que torna o primeiro fraco. Falando mais claramente, muita gente rechaçou Christopher por considerarem "uma mistura de Star Wars com O Senhor dos Anéis". SW por causa da história dos Cavaleiros, e SdA - creio eu - por causa da presença do elfos e anões e do mundo medievalesco. É preciso ter em mente 2 coisas: Christopher nunca negou suas influências e a história muda completamente de rumo a partir do 2º livro, adquirindo identidade e consistência próprios.
Mas essas foram questões que surgiram na época do lançamento, láááá em 2002, quando Harry Potter ainda estava no início também, SdA estava no auge por causa do lançamento dos filmes e Crepúsculo ainda nem sonhava em ser publicado... Hoje existe uma enxurrada de livros fantásticos, boa parte muitíssimo ruins! (alguns até piores que Crepúsculo) De modo que, para o bem ou para o mal, O Ciclo da Herança acabou sendo esquecido nas mídias e redes sociais, exceto pelos seus fãs.

O fato da adaptação pro cinema ter sido um lixo, também contribuiu muito para O Ciclo da Herança ser colocado no limbo.


Artista: http://hibbary.deviantart.com/art/Brom-and-Saphira-45729922

Mas por que ele vale a pena ser lido?

Porque ele tem vida própria e personalidade.
Uma das coisas que mais me chamou a atenção da primeira vez que li foi que ele se diferencia por não ser apenas uma típica fantasia. Os povos não são estereotipados. A guerra é mostrada de uma maneira mais próxima, mais real. 

Cada uma das raças inteligentes (elfos, anões, urgals, humanos, dragões, meninos-gatos e até os Raz'ac) tem uma cultura própria, conflitos internos, religiões próprias (e não uma única religião igual no continente todo), costumes que são estranhos aos das outras raças, amores e ódios antigos. Cada uma tem versões diferentes para certos acontecimentos históricos, e assim por diante.

Quanto à guerra, ele realmente retrata uma campanha de guerra, incluindo a rotina de um acampamento, as questões de logísticas, as pequenas rixas que surgem, como deve ser feita a manutenção das armas e proteções. etc. Não é aquela coisa distante somente de reis debatendo em seus salões. Ele mostra tanto o dia-a-dia daqueles que estão no poder, quanto a situação do povo, dos soldados rasos, das pessoas comuns dos vilarejos. Ele mostra tanto a maneira de agir dos magos, quanto daqueles que não tem poder nenhum. Ele fala de como os personagens se sentem péssimos por terem sido obrigados a matar seus iguais. Muitos, entre os heróis (Varden) e até mesmo entre os vilões (aqueles que estão do lado do Império), lamentam o conflito e NÃO tem sede de sangue, ainda que façam coisas são horrendas por obrigação ou por falta de opção.

As primeiras cenas do Roran (a partir de Eldest, o 2º livro) me incomodaram bastante, porque - como já disse várias e várias vezes - não gosto de descrições violentas detalhadíssimas. Acho isso totalmente desnecessário!!! Mas conforma história foi avançando e Christopher se viu obrigado a se concentrar mais nos acontecimentos em si e menos nos detalhes, esses excessos foram desaparecendo.

Fica evidente no texto o cuidado e a quantidade de pesquisas detalhadas em várias áreas, como estratégia, armamento e manutenção, navegação, vôo, política, meteorologia, geografia e até anatomia. Paolini é muito, muito detalhista com essas coisas.

Outra coisa que foi contada e descrita com uma encantadora e merecida riqueza de detalhes, foi o treino de Eragon. Não posso falar mais sobre isso sem soltar um gigantesco spoiler. Mas posso afirmar que essa é uma excelente parte, onde há alguns do melhores diálogos da série com 2 personagens novos excelentes!

E tem mais uma coisa que considero uma qualidade da série: é a maneira como os casais foram retratados. O autor consegue uma coisa que eu considero rara em livros fantásticos: ele consegue criar casais críveis (e sem o maldito triângulo). E isso mostra que, para escrever um bom romance, não faz diferença ser autor ou autora (já que a JK, por exemplo, é uma negação nesse quesito, apesar de toda a sua habilidade de criar um universo cativante). Não tem como não torcer por Roran e Katrina, Eragon e Arya e (spoiler) M / N. Especialmente em Roran e Katrina, que aparecem bastante nos 2 livros do meio, vemos uma relação muito sensível, verdadeira. Eles nunca, em nenhum momento, me pareceram uma junção forçada. E até mesmo nas outras histórias de casais do passado, que só ouvimos alguns personagens comentarem por alto, dá pra sentir o peso dos sentimentos e das tragédias que se abateram sobre eles.

As mulheres de Ciclo da Herança - todas elas - são extremamente fortes. Paolini põe muito mais mulheres no poder do que a maioria das autoras fazem. Elas não são secundárias, nem tímidas. Há cenas, extremamente importantes, em que há muito mais mulheres do que homens e são poderosas (seja no sentido do uso da magia e de força física ou no sentido de cargos de poder). Angela, Arya, Nasuada, Islanzadí, Triana, Selena, Birgit, Elva, Helen, Katrina, Elain, a própria Saphira (afinal é uma fêmea) e até mesmo os belicosos Urgals são governados por um conselho feminino em sua terra.

Gosto muito da maneira como ele retrata os dragões, especialmente Saphira (a única com quem temos contato direto o tempo todo), com um comportamento bem parecido com o de gatos. Desde a postura corporal dela até a personalidade. Ela ronrona, gosta de que lhe cocem o pescoço e toma banho de língua. Isso pra citar só algumas das semelhanças. Fica bem claro também que o autor gosta bastante de gatos na inclusão dos meninos-gatos entre as raças inteligentes e ativas desse universo.

E, se tudo isso não bastasse, em que tipo de livro você espera ver um dragão bêbado? A ponto de cair? Pois é... humor também faz parte dessa história deliciosa.

O que de fato me incomodou no estilo de escrita do Paolini foi o abuso de metáforas. Tipo... o tempo todo. É um tanto irritante e às vezes te distrai do foco do texto, do que está acontecendo ou deveria estar. A partir, mais ou menos, da metade de Brisingr (3º livro) ele diminuiu muito até abandonar o uso de metáforas nonsense.

Se você estiver preocupado com o uso dos elfos e dos anões, posso tranquilizá-lo dizendo que eles não são nada do que se espera. Pelo menos não se comparados ao modelo tolkieniano. Eles são muito diferentes, muito peculiares, assim como é o próprio mundo em que vivem (a Algaësia).

Agora, falando dos personagens e do desfecho:

ATENÇÃO - MUITOS SPOILERS ENORMES
Começarei por Nasuada.
Ela não está entre minhas personagens favoritas. Depois do que ela fez com Roran, tratando-o como um escravo praticamente, eu perdi a maior parte da admiração e simpatia que tinha por ela. Mas aí, ela foi raptada por Murtagh e torturada por ele e Galbatorix e a minha simpatia por ela voltou e até comecei a 'perdoá-la'. A ligação que ela desenvolve com Murtagh no cativeiro é muito, muito, tocante. Pena que acabou assim... meio sem final... Eu queria muito ver eles juntos no fim!

Aliás, eu vibrei quando vi que o Christopher tinha voltado a ideia deles como casal, pois foi uma ideia que ele apenas insinuou, muito por alto, no primeiro livro e nunca mais voltou a tocar no assunto... Até Murtagh sequestrá-la.

Porém, a minha simpatia por ela voltou a diminuir quando, tão logo reconquistou sua posição, ela voltou a agir com arrogância em cima dos outros. Durante a guerra, era até compreensível, porque ela precisava controlar um tabuleiro enorme e complicado sozinha ou quase sozinha. Só que, depois que foi libertada e a guerra acabou, ela voltou a agir de uma forma desaprovável, querendo submeter outros exclusivamente à sua vontade. A atitude dela, como Eragon percebeu, dava muita margem para um novo governo totalitário. Quando ela quis obrigar Eragon a ficar servindo-a, foi o fim da picada pra mim. O pai dela, Ajihad, sabia desde o início que Eragon precisava ser independente dos governantes, ter voz própria...

Artista: http://eeddey.deviantart.com/art/Nasuada-401223064

E então, obviamente, o próximo é Murtagh.

Se tinha um cara que merecia um final feliz, era ele! É um dos meus favoritos sem sombra de dúvidas. Tenho um enorme fraco por personagens problemáticos e injustiçados. Eu queria que ele tivesse finalmente se unido à Roran, Katrina e Ismira como família, à Eragon como irmão e como co-líder dos Cavaleiros e à Nasuada... Mas, o mais legal, é que apesar do final não ter sido o ideal, ele não é definitivo! Então... podemos ter esperança para o futuro, seja nas fics ou seja em uma possível continuação! Eu realmente gostaria que aquela visão que Galbatorix criou do futuro pra Nasuada se tornasse verdade.

Confesso que ele me deu bastante nos nervos, especialmente quando parecia que estava satisfeito em ser um capanga do rei. Ele usou essa fachada de durão tão bem - para se proteger e aceitar seu destino por estar sem perspectiva -, que muitas vezes eu cheguei a acreditar que ele realmente estava se tornando mal. Até que finalmente voltamos a vê-lo participando da história com seu verdadeiro eu de novo.

Artista: https://www.pinterest.com/pin/415105290626942257/


Thorn

Tenho uma pena enorme de Thorn, que já nasceu em cativeiro e era completamente confuso, pois fora forçado a agir contra sua natureza e crescer muito mais rápido de forma artificial. É triste imaginar como foi a relação inicial entre ele e Murtagh se pensarmos em como acompanhamos a relação saudável, alegre e livre (apesar dos perigos) de Eragon e Saphira.

Creio que foi muito mais por Thorn do que por si, ou por qualquer outro motivo, que Murtagh decidiu pelo afastamento de tudo e de todos.
Entretanto, de novo, fico feliz que Christopher Paolini tenha deixado o fim em aberto, dando margens positivas para o futuro!

Eu esperava que Thorn se tornasse o companheiro de Saphira futuramente, mas também gostei de alternativa apresentada.

Uma coisa que fiquei o tempo todo na expectativa durante a leitura era que eu achava - e queria - que eles se libertassem antes do fim e pudessem se juntar a Eragon, Saphira e os Varden. Pena que não foi possível, embora tenha sido com um motivo plausível.


Eragon e Saphira

Por quê? Por quê? Por quêêêê???
Acho que essa foi a pergunta que ficou na mente de todos que leram a série até o fim. Apesar da vitória, foi um fim triste... justificado, mas triste demais. Tanto para ele, quanto para ela. Eu achei o final um pouco parecido com o de Jogos Vorazes, com a diferença que Eragon TINHA escolha e escolheu o que era melhor para os outros e não para si mesmo.
Novamente... again... again... again... não é um final definitivo. Parece que é, mas não é.. Ainda bem!

Quando a previsão (ou maldição) é citada várias vezes ao longo dos livros (Angela, o Raz'ac, um soldado...) dizendo que Eragon deixará Algaësia para sempre dava a impressão, ao menos para mim, de que ele ia para além-mar. Um lugar muito distante, muito difícil de retornar. Em algumas ocasiões até pensei que fosse apenas porque ele reergueria Vroengard. Mas, no fim das contas, ele apenas foi pro outro lado do Continente, para a área inexplorada... De modo que nada o impede de voltar e de manter contato. Apesar da previsão dizer que ele nunca mais voltaria, a própria série deixa uma brecha, que é a mesma existente em qualquer série que contenha previsões do futuro. Essas previsões nunca são totalmente seguras ou raramente querem dizer exatamente aquilo que interpretamos, porque o futuro está sempre em movimento e nossas decisões podem alterá-lo.
Em Ciclo da Herança, a brecha acontece durante o Desafio das Facas Longas.
Nasuada, antes de aceitá-lo, pergunta à Elva se vencerá. A menina diz que sim, então ela aceita o desafio e realmente vence. Depois de terminado, Elva revela que a enganou e na verdade tinha previsto que ela perderia. Ou seja, o engodo da menina-bruxa fez com que a determinação de Nasuada é que fosse decisiva. Ao perguntar sobre o futuro, automaticamente ela o alterou. Da mesma forma, Eragon tem poder de escolha sobre seu destino. Se ele quiser voltar para a Algaësia ele pode voltar quando decidir. Até porque, eu duvido muito que tanto ele quanto Saphira aguentem ficar apartados de seus respectivos pares pra sempre.

Agora, voltando ao início, eu achei bem esquisito que ao ver Eragon as pessoas, que durante vinte anos criaram expectativas sobre o novo Cavaleiro (os Varden, os anões, os elfos), ficassem decepcionadas por ele ainda ser muito jovem ou muito imaturo. Porque antigamente (na época anterior à traição de Galbatorix) os dragões sempre eclodiam para crianças e nos 20 anos em que Arya carregou o ovo pra lá e pra cá, eles sempre apresentavam o ovo à crianças humanas (Varden) ou élficas, seguindo a velha tradição. Portanto, a escolha de Saphira não deveria nunca ter espantado ou sido contestada, pois ela foi muito mais sábia que eles ao escolher alguém já próximo da maioridade e que, portanto, já tinha condições de se defender sozinho e superar desafios.

Aliás, Eragon foi um dos poucos personagens adolescentes que já vi cuja evolução foi convincente, palpável. No final dava pra perceber o quanto ele havia mudado. Sua postura mudou, sua maneira de falar com as pessoas mais velhas (passou a ser de igual pra igual, sem receios). No último livro eu realmente o senti como um personagem adulto e não mais um garoto inseguro.

Isso se mostra principalmente em todas as suas sábias decisões, quando ele assume de vez o papel de Cavaleiro de Dragão que é, acima de tudo, um diplomata. A maneira como ele resolveu o problema dos urgals, a admissão de urgals e anões na nova ordem dos Cavaleiros e a genial ideia de fazer Galbatorix entender o mal que tinha causado (quando todo mundo estava se focando exclusivamente em vingança e morte).


Arya

Eu amo a Arya e tenho um certo ressentimento de que hoje em dia, se você falar ou escrever esse nome em qualquer lugar, todos vão pensar naquela garotinha idiota daquela série que eu detesto, ao invés de lembrar dessa maravilhosa personagem!
Gosto tanto dela que o nome da minha gata preta seria Arya - pois a adotei na época em que lia os livros do Ciclo pela 1ª vez, em 2009. Só não foi porque meus pais não aceitaram o nome e começaram a chamá-la de Pantera. Hoje acho até bom, porque senão todo mundo acharia que o nome é homenagem a outra coisa. Além do que, Paolini descreve Arya como tendo "a graça de uma pantera".

Eu sempre me perguntei porque Saphira não eclodiu para Arya, que a salvaguardou por tanto tempo. A ideia de que Arya era digna de se tornar uma Cavaleira sempre esteve comigo, de modo que achei mais que justo Fírnen tenha eclodido para ela, apesar de ser um final bem óbvio.

Fiquei triste por ela ter aceitado se tornar a Rainha dos Elfos, pois aos poucos tornou-se perceptível que ela passou a enxergar Eragon com afeição cada vez maior. Justamente quando ele largou mão, desistiu e se conformou em tê-la apenas como amiga, ela passou a aceitar melhor a ideia. Isso começa, claramente, quando ela vai buscá-lo no Império quando ele ficou pra trás na missão de Helgrind. Quando ela aceitou, espontaneamente, se abrir com ele, o laço entre os dois começou a se estreitar cada vez mais... e culminou com algo, bem no final, mais significativo até do que uma cerimônia de casamento: quando eles contaram um ao outro seus nomes verdadeiros. Ao longo de Brisingr e Herança, ela se mostra cada vez mais à vontade e confiante perto dele, seja na luta ou na calmaria. Chegou até ao ponto de se embebedar com ele. E teria rolado alguma coisa ali se Murtagh não tivesse aparecido pra interromper.

O medo dela nessa união é compreensível. Ao contrário do que vemos nas obras tolkienianas, aqui nenhuma união entre elfos e humanos deu certo. Todas as tentativas acabaram em desastre, e a Menoa é uma poderosíssima prova viva disso. A decisão dela de aceitar ser a nova Rainha acabou afastando-os completamente justamente quando eles teriam algum tempo pra relaxar pelo menos um pouco. Como Cavaleira, ela deveria ter colocado também seu dever com os dragões e a reconstrução da nova ordem como prioridade. Mesmo, como já repeti várias vezes, esse afastamento não sendo definitivo, ele certamente será muito longo. E é tocante quando Eragon discute o assunto de sua imortalidade com o primo Roran perto de Helgrind, explicando porque (além de realmente amá-la, é claro) ele não poderia aceitar unir-se à uma mulher comum.

Apesar de tudo, não acho a decisão dela totalmente condenável, afinal todas as opções eram complicadas.

Oromis e Glaedr





Que Oromis morreria antes do fim era óbvio. Isso já foi deixado claro logo no momento que eles são apresentados. E, além disso, faz parte da premissa da Jornada do Herói: o(s) mentor(es) sempre morre(m) antes do fim. Ainda assim, chorei feito uma condenada quando aconteceu e pela forma como aconteceu. Oromis foi um personagem muito cativante e as descrições da infelicidade de Glaedr preso no Eldumarí são realmente de despedaçar o coração em mil pedaços.


Roran e Katrina

Como eu disse antes, é um casal muito bem construído, muito crível. Eles tem cenas ótimas quando juntos (a minha preferida é quando ele a ajuda a lavar roupa, no início de Herança, e diz que não está nem aí para o que os outros vão achar disso). Mas confesso que tem hora que eles são um tanto irritantes.
O fim deles - e do Sloan - achei perfeitamente justo. Eles mereceram uma grande recompensa por tudo que passaram!

Pra encerrar, deixo aqui a música Keep Holding On, da Avril Lavigne, que é uma das poucas coisas boas do filme e cuja letra eu acho perfeita pra definir a relação entre Eragon Saphira e que eu também considero uma música inspiradora (tradução embaixo do vídeo).


You're not alone
Você não está sozinho

Together we stand
Juntos nós permaneceremos

I'll be by your side
Eu estarei ao seu lado

You know I'll take your hand
Você sabe que vou segurar sua mão

When it gets cold
Quando ficar frio

And it feels like the end
E parecer que é o fim

Theres no place to go you know I wont give in
Não há para onde ir, você sabe que eu não cederei

No I wont give in
Não, eu não cederei



Keep holding on
Continue aguentando firme

'cause you know we make it trough, we make it trough
Porque você sabe que nós conseguiremos, nós conseguiremos

Just stay strong
Apenas seja forte

Cause you know I'm here for you, I'm here for you
Porque você sabe que estou aqui por você, estou aqui por você

Theres nothing you can say
Não há nada que você possa dizer

Nothing you can do
Nada que possa fazer

Theres no other way when it comes to the truth
Não há outro jeito quando se trata da verdade

So keep holding on
Então continue aguentando firme

Cause you know we'll make it trough, we'll make it trough
Porque você sabe que nós conseguiremos, nós conseguiremos



So far away I wish you were here
Tão longe, eu gostaria que você estivesse aqui

Before it's too late this could all disapear
Antes que seja tarde demais, tudo isso poderia desaparecer

Before the doors close, it comes to an end
Antes que as portas se fechem, isso chegue ao fim

But with you by my side I will fight and defend
Mas com você do meu lado, eu lutarei e defenderei

I'll fight and defend yeah yeah
Eu lutarei e defenderei



Keep holding on
Continue aguentando firme

'cause you know we make it trough, we make it trough
Porque você sabe que nós conseguiremos, nós conseguiremos

Just stay strong
Apenas seja forte

Cause you know I'm here for you, I'm here for you
Porque você sabe que estou aqui por você, estou aqui por você

Theres nothing you can say
Não há nada que você possa dizer

Nothing you can do
Nada que possa fazer

Theres no other way when it comes to the truth
Não há outro jeito quando se trata da verdade

So keep holding on
Então continue aguentando firme

Cause you know we'll make it trough, we'll make it trough
Porque você sabe que nós conseguiremos, nós conseguiremos



Hear me when I say, when I say I believe
Escute quando eu digo, quando eu digo que acredito

Nothings gonna change, nothings gonna change destiny
Que acredito que nada mudará, nada mudará o destino

What ever is ment to be will work out perfectly
O que quer que seja  nós resolveremos perfeitamente

yeah yeah yeah yeah




Keep holding on
Continue aguentando firme

'cause you know we make it trough, we make it trough
Porque você sabe que nós conseguiremos, nós conseguiremos

Just stay strong
Apenas seja forte

Cause you know I'm here for you
Porque você sabe que estou aqui por você

Theres nothing you can say
Não há nada que você possa dizer

Nothing you can do
Nada que possa fazer

Theres no other way when it comes to the truth
Não há outro jeito quando se trata da verdade

So keep holding on
Então continue aguentando firme

Cause you know we'll make it trough, we'll make it trough
Porque você sabe que nós conseguiremos, nós conseguiremos

Keep holding on
Continue aguentando firme

Keep holding on
Continue aguentando firme

Theres nothing you can say
Não há nada que você possa dizer

Nothing you can do
Nada que possa fazer

Theres no other way when it comes to the truth
Não há outro jeito quando se trata da verdade

So keep - keep - holding on
Então continue - continue - aguentando firme

Cause you know we'll make it trough, we'll make it trough
Porque você sabe que nós conseguiremos, nós conseguiremos

2 comentários:

Wagner disse...

Ai, ai, ai... Tá, vou dar uma chance, mas não agora. Também tenho uma wishlist.

Anônimo disse...

Adorei a resenha e também acho triste quando falo de Arya e pensam naquela nova série (modinha, diga-se de passagem), porque pra mim Eragon veio muito antes e é muito melhor que GoT. Eragon é minha série favorita e acredito que continuará sendo independente do que mais possa aparecer.

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